sábado, 4 de abril de 2009

1ºs anos - Mito e Filosofia


Eis o mito de Narciso e Eco. Narciso - o belo jovem que apaixona-se pela própria imagem refletida no lago como um espelho, e vive por ela, morre por ela, tem nela o seu sentido e objeto de amor. O mito de Narciso é apenas um dos vários mitos ou narrativas míticas que compõem a Mitologia Grega e que trazem à luz da cidade - a pólis - o saber dos antigos homens.
Como vimos, o mito traz uma relação ambígua e problemática com a verdade; sendo este o principal motivo pelo qual Platão o sacrifica em nome da filosofia. Não apenas Platão, mas os filósofos socráticos - aqueles que mantiveram com Sócrates uma amizade e uma aprendizagem, uma inspiração - questionavam a verdade no mito, julgando-a frágil, incompleta, indireta, sombria (tal como as sombras da caverna de Platão). E, portanto, julgavam que devesse dar lugar a um saber verdadeiro, completo, direto, iluminado, de nome 'filosofia'.
A razão era, finalmente, a justificativa maior para esta substituição: do mito à filosofia. O argumento dos filósofos era que o mito não é um saber racional e, então, é um falso saber. Com a morte do mito, a cidade estaria protegida da injustiça - principal consequência de uma política guiada pelo mito, e através da qual o maior de todos os filósofos da Antiguidade (Sócrates) foi morto.
Mas, será que Platão estava certo ao julgar o mito tão perigoso? E quanto a razão? É o mito, como dizia Platão, um saber sem Razão? (Lembremos que a Razão para o homem antigo na Grécia era universal, ou seja, era o meio pelo qual todos os homens atingiam uma verdade única e absoluta) Por que a filosofia teria a luz da razão? E qual o sentido desta "luz" para o bem da cidade?



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